A Medalhística Lusatenas tem, além das várias centenas de edições para particulares, entidades e instituições (ver em Curriculum), edições próprias para venda ao público e revendedores, como por exemplo:
As mãos maravilhosas de um dos maiores escultores portugueses – Mestre Cabral Antunes – passaram ao gesso permitindo a edição de uma obra que faltava na medalhística portuguesa e que permanecerá, gravada em material nobre e imperecível, como memória de um dos mais cultivados aspectos da Vida Académica Coimbrã, as suas “Tradições Académicas de Coimbra”: Serenata, Trupe, Queima das Fitas, Formatura e Doutoramento.
Para esta medalha Cabral Antunes esculpiu no gesso e fez passar ao bronze, o conjunto Estudante/Tricana, que tantos poetas cantaram nos seus versos. Ele, de capa e batina com a guitarra nas mãos, em jeito de quem oferece uma serenata á mulher amada. Ela, sentada escutando-o embevecida, com o típico xaile traçado e a cantarinha apoiada nas coxas.
De um lado, um renque de árvores simbolizando o Choupal, do outro esse rio de encantos que é o Mondego; ao fundo, o casario de Coimbra antiga com a altaneira Torre da Universidade.
E tudo isto, esculpido com a arte daquele que foi, um dos maiores escultores portugueses e iniludívelmente o maior expoente da medalhística portuguesa – Mestre Cabral Antunes.
Medalha-síntese das Tradições Académicas, onde no reverso se pode ler esta quadra popular:
“Coimbra p’ra ser Coimbra
Três coisas há-de contar
Guitarras, Tricanas lindas
Capas negras a adejar”.
A.Santos Martins
Medalha em bronze com o diâmetro de 90mm - Preço: €18,50 (inclui os portes para Portugal Continental)
As Trupes Académicas nasceram após a extinção, pelo Regime Liberal, da polícia universitária e substituíram-na no “zelo” pelo bom descanso dos estudantes, desde o toque da “cabra”, ao pôr-do-sol, até ao trinar sineiro do “cabrão”, ao alvorecer do dia seguinte. Limitada a acção do meirinho e dos verdeais (archeiros), à zona escolar universitária, passaram os “Senhores Doutores”, constituídos em Trupe, a defender a “pureza” de Coimbra nocturna, do bafo pestilento dos caloiros que, “despudorada e atrevidamente”, tornavam “amarelo de mágoa o luar divino que envolvia a bela adormecida”.
A Praxe, revestia-se de aspectos bem humorados e o seu “espírito” perdura na lembrança de tantos e tantos caloiros de outrora, não obstante os suplícios a que foram sujeitos, o maior dos quais era, porventura, o rapanço (“o corte das crinas do animal”).
Na medalha da Praxe, podemos ver uma Trupe a “cortar as crinas” de um caloiro em pleno Arco de Almedina, símbolo de Coimbra Monumental que leva dois mil anos de História e possui um dos mais belos documentos arquitectónicos de Portugal.
No reverso, vê-se a ferramenta utilizada pelas Trupes (moca, tesoura e colher de pau) e a frase “sacramental” IN NOMINE SOLENISSIMA PRAXE TRUPE FORMATA EST.
De destacar, nesta série de medalhas, o cenário que serve de fundo aos conjuntos humanos, com que também se pretende valorizar a colecção.
A.Santos Martins
Medalha em bronze com o diâmetro de 90mm - Preço: €18,50 (inclui os portes para Portugal Continental)
A Queima das Fitas da Universidade de Coimbra, é a festa maior dos estudantes da mais antiga Universidade Portuguesa.
A face desta medalha oferece-nos o momento mais alto da vida de um estudante de Coimbra; a queima do grelo (fitas estreitas) e o desabrochar das fitas largas que o académico agitará no último ano do seu curso e mesmo para além dele, em todas as cerimónias a que vai acorrer, alvoraçado e feliz, para reviver os tempos inigualáveis da sua passagem pela “Alma Mater”.
Queima-se o símbolo heráldico da reivindicação contra a truculência do Poder, nascem as fitas largas com o estudante – e mesmo o serão por toda a vida, pois estudante não é o mesmo que aluno – tentará, com a sua contribuição, moldar esse Poder aos anseios da sociedade humanista desta Coimbra onde se acenderá a alma nessa virtude maior que é a Solidariedade.
Um grupo de estudantes queima o grelo no celebrado “vaso de noite”, enquanto um outro sai do estrado, onde se desenrola o “ritual”, agitando a pasta com as fitas da sua Faculdade. Ao fundo, vê-se a Alcáçova dos Reis onde, em 1537, se instalou definitivamente a Universidade de Coimbra, e a Torre, dominando o casario da velha Aeminium dos árabes e o Mondego, rio de encantos que nesses remotos tempos, testemunhou as correrias de cristãos e mouros e, ao longo dos séculos, inspirou desde Camões a António Nobre e Miguel Torga, tantas gerações de poetas que também foram estudantes da velha Academia, como também escultores consagrados, de João de Ruão a Machado de Castro e Cabral Antunes.
No verso, uma pasta com fitas largas e uma quadra que resume magistralmente aquele misto de alegria e de dor, que é sentido pelos Quartanistas no momento sublime:
“Foram-se as fitas queimadas,
o fumo subiu ao ar,
ao ver o fumo das fitas,
senti minh’alma chorar !”
A.Santos Martins
Medalha em bronze com o diâmetro de 90mm - Preço: €18,50 (inclui os portes para Portugal Continental)
A Formatura, é o corolário dos melhores anos de uma juventude, porque vivida no seio da “Alma Mater” e no ambiente inconfundível da uma cidade feita à medida da sua Academia, é o desfecho exaltante de anos de muito estudo, pontilhados de boémia e muita irreverência.
Para trás, ficam dias e noites sobre os livros, sobre as sebentas e, quantas “cólicas” à aproximação dos exames. O “sonho” transforma-se em realidade.
A Formatura é como que a fronteira entre uma vida estudantil, que se permite a tantas “travessuras”, e a vida profissional assente num curso superior e num “canudo”, que impõem responsabilidades acrescidas. Nessa fronteira, o estudante vê-se rodeado, num só tempo, por duas famílias de sangue, os pais, irmãos e familiares que lhe oferecem “flores" e a escolar, os colegas e amigos, que o “saúdam” com todo o “peso” da praxe, esfarrapando-lhe as vestes académicas com que se apresentou, apenas lhe deixando o colarinho e o laço (assim como, as meias e os sapatos) e, afim de que possa compor a figura, para a fotografia, com a capa negra, do traje tradicional.
Foi esse momento da “fotografia da praxe” com o recém formado em pose de Formatura, tendo como cenário de fundo os “Gerais” e a “Velha Torre da Universidade”, que Mestre Cabral Antunes modelou no gesso para a face desta medalha.
No verso, por sobre o casco antigo da “cidade dos doutores”, a quadra que tão bem exprime o sentir do estudante, na cerimónia da “coroação” do curso:
“Coimbra tem mais encanto
na hora da despedida,
que as lágrimas do meu pranto
são a luz que lhe dá vida”
A.Santos Martins
Medalha em bronze com o diâmetro de 90mm - Preço: €18,50 (inclui os portes para Portugal Continental)
Cabral Antunes, o consagrado escultor conimbricense, não poderia ter escolhido melhor tema para finalizar a série “Tradições Académicas de Coimbra”: A IMPOSIÇÃO DAS INSÍGNIAS DOUTORAIS.
Num gesso magnífico, em que empresta toda a dignidade do acto cerimonial, o Artista, transporta-nos a uma vivência quase real duma tradição tão querida à nossa Universidade e à Cidade.
Cabral Antunes, distinguido com a Comenda da Ordem de Santiago da Espada e a quem foi atribuída a Medalha de Ouro da cidade de Coimbra, (concedida a personalidades de alto prestígio, conquistado por invulgares qualidades de inteligência, acção ou benemerência) doou à cidade e ao país esta colecção de obras de arte, numa das mais características facetas da vida coimbrã, sua cidade natal, que muito se orgulha de filho tão ilustre.
DOUTORAMENTO
Cerimónia realizada nas universidades com o fim de solenizar publicamente a concessão do grau de Doutor, consiste na imposição das insígnias e obedece a ritual variado. Em Portugal a Universidade de Coimbra tem um ritual próprio (embora actualmente não se siga inteiramente), e que é uma evolução em uso na Idade-Média:
No dia designado são os Doutores, Professores e Academia, convocados a capelo pelo toque do cabrão (o sino grande da Torre da Universidade), que já na véspera anunciara à cidade a solenidade do dia seguinte. Reúnem-se na Biblioteca Geral e aí se organiza o cortejo que se dirige à Sala Grande dos Actos, por esta ordem: abre o caminho a charamela, tocando o hino académico; a seguir, a guarda dos archeiros, em grande uniforme, e alabardas erguidas; vem depois o corpo catedrático, alinhando os lentes dois a dois, segundo a hierarquia das Faculdades e, dentro de cada, respeitando as precedências de antiguidade, os mais novos à frente, todos de hábito talar e com as insígnias doutorais das diversas Faculdades; atrás os professores, os bedéis das Faculdades com o trajo tradicional, espadim à cinta e sobraçando a maça prateada. Depois deles, o pagem levando em salva de prata: a borla, o anel e o livro para o doutorando. Segue-se então o secretário da Universidade, de hábito talar e bastão distintivo das suas funções. Após ele, o director da Faculdade a que o doutorando pertence, e o Reitor da Universidade; no meio deles, o doutorando de capa e batina, capelo pelos ombros, mas sem borla, pois só no decorrer da cerimónia lhe será imposta; com ele vai o padrinho do doutoramento. Vem por fim o guarda-mor, à frente dos contínuos, todos de calção e meia preta, sapato de fivela, cabeção e peitilho engomados, capa curta pelos ombros e vara na mão. Atravessando o pátio da Universidade, sobe o cortejo à Via Latina, previamente ornamentada com festões de louro, e dá entrada na Sala Grande dos Actos. Vulgarmente conhecida por Sala dos Capelos. Na sala, os convidados ocupam os bancos da teia; fora desta a Academia. O cortejo avança através da teia, na direcção dos degraus da escada de honra; chegados aí, os lentes abrem alas para o Reitor e director da Faculdade subirem a ocupar as suas cadeiras de espaldar e ouro, de estofos da cor da Faculdade do doutorando; por detrás deles, a armação de sanefas à de cor igual. O doutorando e o seu padrinho instalam-se em baixo, na teia, junto aos degraus; os lentes e os doutores, com a borla na cabeça, sobem aos doutorais, dum lado e doutro da sala, sentando-se pela ordem tradicional das Faculdades e respeitando precedências de antiguidade entre si; à direita do Reitor, Letras, Medicina, Farmácia, etc; à esquerda Direito, Ciências, etc. Dum lado e doutro do Reitor, ainda, os dois professores que, segundo a praxe, têm de fazer o elogio do doutorando e do padrinho. Junto do último degrau de cima, senta-se, em mocho estufado a veludo verde, o secretário. Quando todos se encontram instalados, a charamela executa o hino académico, ouvido de pé; terminado ele, sentam-se novamente; o Secretário pede vénia ao Reitor, e a seguir dirige-se ao doutorando, que se ergue para agradecer e pedir a concessão do grau. Os professores previamente designados fazem então o elogio do doutorando e do padrinho, a convite do Secretário, e terminam pedindo também ao Reitor o grau. A charamela volta a tocar, e o Secretário, pedindo vénia ao Reitor, dirige-se ao doutorando e ao padrinho, acompanhando-os perante o Reitor, que pergunta: ”Quid petis ?”, responde o candidato: Gradum doctoratus in preclara (a faculdade respectiva).
O Reitor então, impondo as mãos sobre a cabeça do doutorando, pronuncia: ”Ego... almae Conimbrigensis Academiae Rector, auctoritate mihi commissa, creo te doctorem in preclara... Et committo clarissimo domino doctori..., patrono tuo, ut te ipsum insigniis doctoralibus decoret”.
O director da Faculdade, em comissão do Reitor, coloca então a borla sobre a cabeça do doutorado, entrega-lhe o livro e o anel, explicando o simbolismo de todas as peças. O doutorado agradece com a fórmula consagrada: ”Dei restat mihi agere gratias per tot tantisque beneficiis erga me colactis”. O Reitor e o Director da Faculdade abraçam-no, e seguidamente, acompanhado pelo Secretário, percorre os doutorais, recebendo abraços de todos dos doutores, vindo depois sentar-se entre o Reitor e o Director da Faculdade. A charamela toca, e por fim vai o novo doutor, acompanhado pelo Director da Faculdade, pelo Secretário da Universidade e pelo bedel respectivo, sentar-se entre os doutores, no lugar que na sua Faculdade lhe for competido. A charamela volta a tocar, após que o Reitor se levanta, reorganizando-se seguidamente o cortejo pela mesma ordem com que entrou, e dirigindo-se desta vez à reitoria, onde o doutorado recebe felicitações da família e convidados. Este cerimonial que fora suspenso após a implantação da República, foi restaurado a pedido de uma comissão de estudantes, que em 27-11-1916 apresentou ao Governo, por intermédio da reitoria, uma representação assinada pela quase totalidade da academia.
A.Santos Martins
Medalha em bronze com o diâmetro de 90mm - Preço: €18,50 (inclui os portes para Portugal Continental)
As medalhas da colecção "Tradições Académicas de Coimbra" são comercializadas individualmente, no entanto, pensando no valor que tem o conjunto, podem as cinco medalhas ser fornecidas com estojo (azul e/ou bordeaux):
Estojo azul ou bordeaux com as cinco medalhas em bronze com o diâmetro de 90mm:
Serenata de Coimbra, Trupe, Queima das Fitas, Formatura e Doutoramento
Preço: €94,00 (inclui os portes para Portugal Continental)