Um olhar agradecido, observando o Presépio de Belém
Uma das épocas festivas que mais gratas recordações tem vindo a imprimir no coração, na mente e nos costumes individuais, familiares e colectivos de seguidas gerações de pessoas é, sem dúvida, a da celebração do Natal. As ruas das cidades, vilas e aldeias enchem-se de luzes coloridas, apresentando os símbolos tradicionais que identificam esta quadra; os vizinhos, amigos e conhecidos trocam cumprimentos e prendas de boas festas; as famílias reúnem-se para celebrar o dom da vida e da fraternidade; e, apesar da crescente laicização da sociedade e do materialismo que toma conta de muitos aspectos da nossa vida pessoal e colectiva, não falta ainda quem reme contra a maré do individualismo e persista em construir, nas suas casas, nas igrejas, em recantos do seu ambiente de trabalho (tenho observado, com alegria, os que mãos amigas colocam todos os anos no “meu” instituto de oncologia) e mesmo em algumas praças públicas, presépios que recordem a todos o verdadeiro motivo da festa – a vinda de Jesus, o Filho Unigénito de Deus, que “por nós homens e para nossa salvação desceu dos céus” e quis habitar no meio daqueles que O amam e se sentem felizes em ser amados por Ele.
De todos os símbolos que são propostos à nossa sensibilidade de matriz ocidental e cristã, é sobre este quadro que incide sobre-maneira a luz da fé, apelando a uma interiorização pessoal do mistério do verdadeiro Natal. No meio das luzes coloridas, dos sons harmoniosos, e dos repetidos apelos à nossa atenção, tudo ganhará o seu verdadeiro sentido se, em hora de recolhimento, nos dispuser-mos a seguir a narrativa de São Lucas, lendo o capítulo segundo do seu Evangelho e sublinhando alguns momentos que fazem centrar o nosso espírito no mais importante, pois descrevem a simplicidade do local do nascimento, a humildade orante da Virgem Mãe e a pobreza agradecida da Família de Nazaré, em cujo seio nasceu o Salvador do Mundo.
Conta o evangelista, sem quaisquer artifícios literários, antes com a naturalidade das coisas simples, que, quando se encontrava na pequena cidade de Belém para o recenseamento ordenado pelo imperador César Augusto, acompanhando José, que pertencia à casa de David, a Virgem Maria, que concebera por obra e graça do Espírito Santo, viu completarem-se os dias de dar à luz e “teve o seu Filho, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver para eles lugar na hospedaria”. O Filho de Deus, enviado para salvar a humanidade, assume, assim e desde o princípio, a condição dos mais pobres, dos humildes, dos pequenos e dos frágeis. É este, de resto, o sinal que o identifica e possibilita o seu reconhecimento por aqueles a quem é anunciada a sua presença no meio de nós: “isto vos servirá de sinal: encontrareis um Menino envolto em panos e deitado numa manjedoura”.
Pobre no meio dos humildes, o Filho de Deus assume-se igualmente como pobre quando, alguns versículos adiante, é apresentado no Templo. Lucas recorda esse momento, salientando que os pais “O apresentaram ao Senhor, tendo oferecido em sacrifício um par de rolas”. Era esta a oferta agradecida dos mais pobres.
A Medalhística Lusatenas, ao editar esta medalha com escultura de A. Pinheiro, associa-se a todos os que olham com ternura e agradecimento para o presépio de Jesus, vendo nele o Messias de Deus, o verdadeiro dom da Paz. Um santo Natal para todos!
A.Jesus Ramos
Natal de 2019
Bronze, módulo de 90mm
Magnífica medalha em bronze com o diâmetro de 90mm - Preço: €18,50 (inclui os portes para Portugal Continental)
Escultura de Alves Pinheiro